Viagem para o Equador

Floresta amazônica, picos andinos, cidades coloniais, vulcões e ilhas tão biologicamente diversas que inspiraram Darwin são alguns dos cenários do Equador, o pequeno país localizado no noroeste da América do Sul.

O seu território é banhado ao oeste pelo oceano Pacífico e faz fronteira com a Colômbia e o Peru. É dividido em quatro regiões: as Ilhas Galápagos, a costa, a Amazônia e a Cordilheira dos Andes, onde está localizado o Vulcão Chimborazo, o ponto mais alto do país, a 6310 metros de altitude.

O que fazer no Equador

Cada área possui um clima diferenciado, com atrativos para todos os gostos. Está à procura de passeios históricos, museus recheados de cultura local e praças coloniais? Vá para a capital, Quito, ou a pequena cidade de Cuenca.

Prefere ter dias relaxados na praia ao som de reggae e noites abastecidas a cocktail e grandes baladas? O destino é Montañita. Se for grande fã dos esportes radicais, Baños é a pedida. Lá, os belos desfiladeiros e vulcões (ativos!) darão energia para fazer trilhas, o circuito das cachoeiras em bicicleta, passeios a cavalo, bungee jumping, tirolesa ou mesmo aproveitar serviços de massagens e banhos nas águas termais.

Se a natureza é o que a seduz, no Oriente, região ao leste do Equador que compreende as encostas orientais dos Andes e a floresta tropical amazônica, você poderá pescar piranhas, descer o rio de canoa e vislumbrar cobras ou tarântulas. Cuyabeño é uma ótima opção para explorar esta região, onde uma visita às tribos indígenas e a um shaman (curandeiro) fazem parte do roteiro – só faça questão de escolher um receptivo turístico com consciência ecológica.

E não podemos esquecer as Ilhas Galápagos, que têm a maior diversidade de animais endêmicos do mundo, além de paisagens variadas de cair o queixo.

E o melhor? O país é pequeno. Com quase 277 mil quilômetros quadrados, é pouco menor que o nosso estado de Tocantins, e tem uma malha completa de ônibus que rapidamente a levam a todo o lado.

Economia

É importante conhecer o contexto sócio-político do país. Desde a sua independência da Espanha, no início do século 19, até final dos anos 70, o Equador foi politicamente instável. Tal como vários países da América Latina, passou por uma ditadura militar que durou sete anos até a eleição do presidente Jaime Roldos, em 1979, assinalando o retorno da democracia.

O presidente Rafael Correa, que exerceu dois mandato que iniciaram em 2007, difundiu uma política esquerdista no país que sistematicamente censura a imprensa e põe em risco a liberdade de expressão dos cidadãos. A economia se baseia no turismo e em exportação de bananas, frutos do mar e, principalmente, petróleo.

Cerca de 95% da população se considera católica, devido à forte influência da Espanha colonizadora.

Pratos típicos do Equador

A presença espanhola é também visível na gastronomia tradicional, que se mistura com pratos típicos andinos. O cardápio é bem variado: sopa, frutos do mar, carne de porco, carne de cordeiro, batata e milho estão sempre presentes.

Na região dos Andes, os pratos típicos são o cuy (porco da índia assado ou grelhado) e a chugchucaras, que é carne de porco frita, canjica, batata frita, banana frita e torresmo. Já na região da costa e dos Galápagos, comem-se pratos mais leves, como carapachos rellenos (caranguejo recheado), sopa marinheira (sopa com frutos do mar) e cazuela (sopa com legumes).

Na região amazônica os pratos indígenas são feitos a partir da pesca em água doce, tapioca e caças. Carne de javali, de tapir e de macaco são bem comuns.

Visitando Quito, a capital do Equador

A capital, Quito, é a segunda maior cidade do país, apenas atrás da movimentada cidade portuária de Guaiaquil – que é frequentemente vista mais como uma cidade de passagem do que de permanência, já que é para lá que vão os voos diretos do Brasil.

Quito está localizada no pé do vulcão Pichincha e perto do Cotopaxi, o vulcão mais alto do mundo em atividade, a 5897 metros. A cidade também está a grande altitude em relação ao mar, a 2850 metros. Tem um dos centros históricos mais preservados do mundo, mostrando traços que misturam a cultura indígena e a espanhola.

Graças as suas charmosas ruas estreitas e casas do período colonial, foi tombada patrimônios da humanidade pela Unesco, em 1978.

No coração da Cidade Velha, a Praça Grande, ou Praça da Independência, é um verdadeiro ponto de encontro para locais e turistas. Bem no seu centro, uma fabulosa estátua é homenagem aos heróis da independência do país. Está rodeada de edifícios importantes, dentre os quais se destacam o Palácio do Governo, ou Palácio de Carondelet, a Catedral e o Palácio do Arcebispo, hoje casa de restaurantes e pátios interiores encantadores.

Ainda na praça, admire as fachadas do luxuoso Hotel Plaza Grande, cujo edifício do século 16 está lindamente preservado.

Vale a pena subir a torre da Basílica do Voto Nacional para ter uma visão panorâmica da cidade, e também conhecer o Mosteiro de São Francisco para observar suas paredes totalmente esculpidas em estilo barroco, que apenas competem com o interior ornamentado da igreja Companhia de Jesus.

Mariscal

O distrito do Mariscal é o centro de entretenimento e de lazer, com restaurantes, casas noturnas, pequenas galerias, boutiques e lojas de grife. Inevitavelmente, está recheada de hotéis para todos os gostos e bolsos.

No encontro entre as ruas Reina Victoria e Foch está a praça mais movimentada. Cheia de luz e música, fica bem animada à noite e nos finais de semana. A região não é livre de assaltos, por isso circule de táxi depois das 21 horas.

A capital está próxima do parque Ciudad Mitad del Mundo, onde se encontra um monumento e a suposta linha que divide o planeta entre o hemisfério norte e sul.

Não muito longe dali, um outro parque compete com o espaço governamental e mostra aquela que dizem ser a “verdadeira” linha que divide o mundo, segundo o GPS. Por via das dúvidas, visite os dois e divirta-se com as brincadeiras e “experimentos científicos” que eles pedem ao público para fazer parte, como tentar equilibrar um ovo bem no meio da linha. Quem tiver sucesso, ganha até um certificado!

Ilhas Galápagos

Galápagos é um arquipélago formado por 13 ilhas principais, 6 menores e cerca de 40 ilhotas de origem vulcânicas, localizadas a mil quilômetros da costa equatoriana, no Parque Nacional de Galápagos.

A melhor forma de conhecê-las é através de um cruzeiro, já que as únicas ilhas com infraestrutura turística são Santa Cruz (o aeroporto da Ilha Baltra fica bem ao lado e tem ligação de barco) e San Cristóbal que, por comparação, são as menos fascinantes. Normalmente os cruzeiros duram de quatro a oito ou dez dias.

O roteiro varia, por isso pesquise os diferentes atrativos de cada ilha e escolha um passeio que se aproxime com o seu interesse. Quanto menor a capacidade do barco e mais instruído o guia, melhor.

Vale a pena levar medicamento contra enjoo porque o percurso pode ser turbulento em determinados trechos.

Passear pelos Galápagos é uma experiência ao vivo e a cores dos documentários sobre animais e plantas. Na região que inspirou Charles Darwin a escrever a Teoria da Evolução, você pode ver de perto a dança de acasalamento dos patola-de-pés-azuis, sentir o mordiscar brincalhão dos leões marinhos nas suas nadadeiras e ver as preguiçosas iguanas gigantes cuspindo água a grande distância.

Embora a estrela do arquipélago, a tartaruga centenária George Solitário, tenha falecido em junho de 2012, não faltam pássaros, peixes e animais terrestres espetaculares. Não deixe de fazer snorkeling ou até mergulho de cilindro.

A geografia das ilhas também é tão variada quanto os animais. Há ilhas paradisíacas, de mar azul turquesa e areia branca, como a Ilha Espanhola, e ilhas tão secas como a cratera da lua, como Seymour Norte.

Como chegar

Para chegar ao Equador, a companhia Tame Airlines abriu recentemente voos direito entre São Paulo e Guaiaquil, de onde se pode seguir para outros destinos.

Para chegar a Galápagos, há voos com a Aerogal, a Tame e a Lan, que vão desde Quito ou Guaiaquil (de onde partem mais voos diretos) até Baltra ou San Cristobal. Também há barcos saindo da cidade portuária de Guaiaquil, mas demoram três dias a fazer o percurso, são geralmente de carga e custam tanto quanto a passagem de avião.

RAIO X

  • População: 15 milhões de habitantes
  • Capital: Quito
  • Moeda: dólar americano
  • Idioma: espanhol. Há vários dialetos locais, como o quíchua
  • Fuso horário: -2h em relação ao horário de Brasília durante o inverno do hemisfério sul e -3h durante o verão
  • Clima: varia de acordo com a região. Na região da costa e Amazônia a temperatura varia de 20 °C a 33 °C e nos Andes oscila entre 8 °C e 26 °C
  • Visto para turismo: não é necessário
  • Vacina: é necessário o Certificado Internacional de Vacinação que comprove ter tomado a vacina contra a febre amarela
  • Dica esperta: os equatorianos são extremamente galanteadores. Seja educada mas decisiva ao cortar os avanços, antes que a situação se torne embaraçosa
  • Emergência: ambulância 131, polícia 101 e bombeiros 102. Consulado do Brasil em Quito: Av. Amazonas, N39-123 y José Arízaga, Piso 7. Tel.: (+593) 2 227-7300.
  • Feriados: Ano Novo (1 de janeiro), Dia do Trabalhador (1 de maio), Dia da Batalha de Pinchuncha, em que se comemora o dia em que a população de Quito venceu as forças armadas de Espanha (24 de maio), Dia da Independência (10 de agosto), Independência do Guaiaquil, dia em que a cidade rompeu laços com o Império Espanhol (11 de outubro), Independência de Cuenca (3 de novembro) e feriados cristãos.

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